Sara, uma funcionária de uma livraria de Estocolmo que nunca saiu de seu país, decide visitar uma pequena cidade dos EUA a convite de Amy, uma senhora com quem trocava livros havia anos. Ao chegar, descobre que a amiga feita por correspondência havia morrido. Porém, as coisas começam a voltar aos eixos quando ela começa a conhecer pessoalmente vários personagens mencionadas por Amy em suas cartas.
Essa é uma breve sinopse de A Livraria dos Finais Felizes (The Readers of Broken Wheel Recommend), romance de estreia da escritora sueca Katarina Bivald. Publicado originalmente em 2013, a obra logo se tornou um enorme sucesso internacional. Em cinco anos, foi editada em 28 países. No Brasil, a versão em português chegou em 2016 pelas mãos da editora Suma de Letras. A visibilidade fez com que Katarina fosse convidada pela Embaixada Sueca a visitar o país dois anos depois. Em outubro, veio ao Brasil como parte do projeto Diálogos Nórdicos: inciativa realizada ao lado das embaixadas nórdicas e do Instituto Cultural da Dinamarca e que foi constituída para lutar pela igualdade de gênero.
“Eu gostaria de pensar que o meu livro contribui um pouco quando se trata de mostrar escritoras mulheres, mesmo que eu não tenha decidido fazê-lo deliberadamente”, conta Katarina, em entrevista exclusiva para a Swedcham feita por e-mail. “Eu tenho trabalhado em projetos de igualdade de gênero há anos, por isso tem sido uma parte natural da minha vida ler tanto escritoras mulheres quanto autores homens. Quando escrevi um livro sobre livros, isso naturalmente me influenciou”, diz.
Sua paixão pela literatura transborda ao longo das páginas. A própria autora trabalhou anos em livrarias, o que traz ao livro elementos autobiográficos. Katarina conta ainda que a escolha de Sara, uma protagonista mulher, foi deliberada. “Eu também queria mostrar a força da amizade entre mulheres. Apesar de meu livro ser na maior parte leve e divertido, eu também queria que ele tocasse temas importantes na atualidade, como a igualdade de gênero, direitos LGBTQ e antirracismo”, explica.
No Brasil, a escritora participou no dia 1º de outubro da 10ª Tarrafa Literária, tradicional evento que ocorre na cidade de Santos, litoral paulista. “Aprendi que o Brasil é um país rico em histórias e que os escritores brasileiros parecem estar muito aptos a capturá-las”, conta.
Por fim, a escritora deixa uma dica bem humorada para quem deseja se aventurar pelo caminho das letras. “Use transporte público e escute”.